Páginas

terça-feira, 18 de julho de 2017

Aprovações do BNDES para projetos de energia elétrica cresceram 108% no 1º semestre

A área de energia elétrica apresentou o maior crescimento nas aprovações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social dentre todos os setores da economia que são apoiados pela instituição, no comparativo entre os primeiros seis meses de 2017 e 2016. De acordo com os resultados semestrais do banco, divulgados na terça-feira, 18 de junho, o volume de recursos aprovados para projetos do setor elétrico, abarcando especialmente os segmentos de geração e de transmissão, aumentou 108% entre janeiro e junho deste ano frente ao mesmo período de 2016, totalizando R$ 7,613 bilhões. Nos 12 meses findos em junho último, o crescimento nas aprovações para energia elétrica ficou em 20,1%, chegando a R$ 13,656 bilhões. Os desembolsos do BNDES para projetos elétricos também apresentaram expansão significativa no primeiro semestre, de 42%, atingindo um montante de R$ 6,486 bilhões – o maior em relação aos demais setores financiados pelo órgão de fomento estatal e mais da metade dos R$ 12,113 bilhões desembolsados para toda a área de infraestrutura. No corte anual encerrado em junho deste ano, os desembolsos para o setor elétrico ficaram em R$ 11,512 bilhões. De acordo com o superintendente da área de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Fábio Giambiagi, o significativo crescimento nas aprovações de projetos elétricos entre um semestre e outro, bem como o aumento representativo no volume de recursos desembolsados para o setor, se deve principalmente à participação da instituição em empreendimentos ligados a fontes renováveis. “O BNDES vem elevando sua presença em projetos de geração de energia limpa no país, notadamente em geração eólica, cujo crescimento vem sendo suportado, em boa medida, com o apoio do banco”, destacou. O maior projeto elétrico aprovado pelo BNDES no primeiro semestre somou R$ 2,56 bilhões, direcionado a um dos sistemas de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte – uma linha de 2.092 km passando pelos estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Já na área de geração de energia por meio dos ventos, todas as aprovações do banco somaram R$ 2,563 bilhões. Este montante envolve a construção de cinco complexos eólicos nos estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul com capacidade instalada total de 741,5 MW, uma produção equivalente ao consumo de 1,580 milhão de residências. Ainda neste ano, o BNDES aprovou o seu primeiro financiamento envolvendo energia solar fotovoltaica, totalizando R$ 529,039 milhões. O recurso será utilizado na construção do Complexo Solar Pirapora, em Minas Gerais, que contará com cinco usinas e uma potência instalada total de 150 MW. O segmento de biomassa recebeu uma aprovação de R$ 35,3 milhões do banco, voltado à viabilização de uma usina termelétrica movida a casca de arroz no Rio Grande do Sul. O BNDES fechou ainda, em abril, um contrato de US$ 300 milhões com o New Development Bank para investimentos em geração renovável.

PLD sobe 5% na terceira semana de julho

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o período entre 15 e 21 de julho subiu 5% ao ser fixado em R$ 266,98/MWh no Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. O PLD permanece equalizado em todo o país, uma vez que os limites de intercâmbio entre os submercados não foram atingidos em nenhum patamar de carga. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 14 de julho, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A queda de 70% para 66% da média história na previsão de afluências para o Sistema Interligado Nacional (SIN), em julho, é o principal fator para o aumento do preço. Há expectativa de redução nas ENAs para o Sudeste (82% para 80%), Sul (58% para 47%) e Norte (64% para 61%) com manutenção da previsão anterior na região Nordeste, em 33% da média. A análise indica ainda queda de 700 MW médios na carga prevista para o sistema com reduções na região Sudeste (-350 MW médios), Sul (-100 MW médios) e Nordeste (-300 MW médios). A carga esperada para o Norte deve ficar 50 MW médios superior à última previsão. Na comparação com a expectativa da semana anterior, os níveis dos reservatórios do SIN registraram redução em torno de 330 MW médios de energia armazenada, permanecendo estáveis no Sudeste. Os índices elevaram-se em 100 MW médios apenas no Nordeste e caíram no Sul (-400 MW médios) e no Norte (-30 MW médios). O fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) previsto para julho foi revisto de 67,7% para 66,9% e os Encargos de Serviços do Sistema (ESS) são esperados em R$ 25 milhões para o período, sendo R$ 6 milhões referentes à segurança energética.

Consumo no mercado livre bate recorde e chega a 30% da carga do Sistema Interligado

O consumo de energia elétrica do mercado livre bateu um recorde histórico e alcançou nos seis primeiros meses do ano a média de 30% de toda a carga do Sistema Interligado Nacional. O aumento significativo da participação do Ambiente de Contratação Livre no consumo total do país é atribuída à retomada de alguns segmentos da indústria, mas também à migração significativa de consumidores para esse mercado nos últimos 18 meses. O presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros, não sabe se o movimento é duradouro, mas destaca que os analistas econômicos têm dito que a fase mais aguda da crise econômica que atinge o Brasil passou. Ele observa que o setor automotivo teve uma boa recuperação nos meses de maio e junho, o que pode ser um indicador de que o consumo industrial já começou a se recuperar. “Isso tem reflexo direto no ACL, porque 68% do produto industrial brasileiro adquire energia no mercado livre. Então, quando essa indústria se recupera, o mercado livre se recupera também”, avalia o executivo. Medeiros lembra que em 2015 e 2016 o total da carga industrial caiu muito mais que o consumo nacional de energia, porque a indústria sofreu um baque muito maior que os demais segmentos. O ACL estava representava 27,5% da carga total do SIN, quando há dois anos o consumo foi reduzido em consequência da recessão, e a participação do segmento passou para 25%.